Quando a noite se ilumina e a beleza se torna oração de luz.

Há festas que parecem suspender o tempo — e o Festival das Lanternas é uma delas.
Encerrando as celebrações do Ano Novo Chinês, esse evento milenar transforma cidades inteiras em um mar de luz e poesia.

Milhares de lanternas flutuam pelo céu e pelos rios, guiadas pelo vento e pelos desejos silenciosos de quem as solta.
É o momento em que a China celebra a harmonia, o amor e o recomeço — um espetáculo de beleza e espiritualidade que há séculos encanta o mundo.

 A origem de uma tradição luminosa

O Festival das Lanternas (Yuanxiao Jie) tem mais de 2.000 anos de história.
Surgiu durante a dinastia Han (206 a.C. – 220 d.C.), quando o imperador ordenou que lanternas fossem acesas nos templos para homenagear Buda.
Com o passar do tempo, a prática se espalhou por todo o país e ganhou novos significados: a luz das lanternas passou a representar sabedoria, esperança e união familiar.

Hoje, a celebração ocorre na décima quinta noite do primeiro mês lunar, marcando o fim das festividades do Ano Novo Chinês e o início de um novo ciclo de prosperidade.

Lanternas que contam histórias

As lanternas chinesas são mais do que simples objetos decorativos — são símbolos de espiritualidade e arte popular.
Feitas de papel, seda ou bambu, elas assumem formas que variam conforme a região e o significado:

• Lanternas de dragão: representam força e sorte.
• Lanternas de coelho: associadas à lua e à pureza.
• Lanternas florais: simbolizam beleza e prosperidade.
• Lanternas em forma de coração: desejo de amor e harmonia.

Durante o festival, famílias inteiras personalizam suas lanternas com mensagens e desejos, lançando-as aos céus ou sobre os rios — uma tradição que une fé, arte e emoção.

A festa da luz e da harmonia

As principais celebrações acontecem em cidades como Pequim, Xangai, Hong Kong, Pingxi (Taiwan) e Nanjing, onde os parques e templos se transformam em verdadeiros jardins luminosos.
Além das lanternas, o festival é marcado por apresentações de danças de dragões e leões, shows de acrobacia, música tradicional, e o saboroso yuanxiao — bolinhos de arroz recheados, servidos como símbolo de união familiar.

À medida que a noite avança, o céu se enche de pontos de luz — como se o mundo inteiro respirasse ao mesmo tempo, em um instante de paz e contemplação.

O luxo do silêncio

No olhar do Vivenna, o Festival das Lanternas é uma celebração da beleza essencial — aquela que nasce do gesto simples e se transforma em arte.
Não há excessos, apenas harmonia: a luz que dança sobre a água, o vento que leva os desejos, o brilho que se reflete no rosto de quem acredita.

É o luxo da serenidade, o esplendor da espiritualidade, o poder de um instante que une milhões de pessoas sob o mesmo céu.