Criatividade, liberdade e autenticidade marcam a nova era da moda urbana.
Nas duas metrópoles mais inquietas do planeta, a moda pulsa diferente.
Entre os contrastes de Londres e o ritmo acelerado de Nova York, o que se viu nesta temporada foi um mesmo desejo: expressar o real com poesia.
A estética dessas cidades nunca foi sobre perfeição — mas sobre atitude.
E neste ano, o gesto voltou a ser protagonista: roupas que contam histórias, que se movem com a vida e que encontram beleza na imperfeição.
Londres: o conceito como provocação
Em Londres, o olhar da moda é sempre o da ruptura.
Na passarela de JW Anderson, o banal se transforma em discurso — travesseiros viram bolsas, tecidos comuns ganham status de arte e a ironia se torna ferramenta estética.
Anderson continua a explorar os limites entre o útil e o inútil, o cômico e o sublime, reafirmando que a criatividade ainda é o maior luxo.
Já na Erdem, o romantismo histórico é revisitado com teatralidade, mesclando bordados e alfaiataria em um equilíbrio entre drama e leveza.
Londres é esse laboratório constante: moda como ideia, manifesto e humor — tudo ao mesmo tempo.



Nova York: a emoção do cotidiano
Se Londres pensa, Nova York sente.
Nas coleções de Tory Burch, Proenza Schouler e Michael Kors, a tônica foi a funcionalidade emocional — roupas feitas para a mulher urbana que transita entre o trabalho, o prazer e o silêncio.
Tons neutros, silhuetas fluidas e materiais confortáveis traduzem um novo ritmo de vida.
Há menos performance e mais autenticidade: a moda que vive na rua, sem perder sofisticação.
Em uma cidade que nunca dorme, a estética é movimento — uma coreografia entre velocidade e serenidade.

Proenza Schouler, Verão 2026, Nova York.
Do conceito ao gesto
O elo entre Londres e Nova York está no olhar humano.
Ambas falam de propósito, liberdade e expressão pessoal.
De um lado, o pensamento; do outro, o instinto.
Juntas, elas constroem a linguagem da moda contemporânea, onde o corpo volta a ser protagonista e o vestir, um ato de presença.
A nova moda urbana é mais do que tendência — é tradução de sensações.
Ela não busca impressionar, mas pertencer.
A cidade como passarela
Nas ruas das duas capitais, as vitrines se misturam ao concreto, e o estilo ganha forma viva.
Entre cafés, galerias e esquinas históricas, a moda se dissolve no cotidiano e prova que beleza e autenticidade caminham lado a lado.
Londres e Nova York seguem ditando o ritmo — não da velocidade, mas da verdade.